Na vida sempre ouvi dizer que de vez em quando, a própria, pregava partidas a todos, principalmente aos mais certinhos em tudo.
Não acreditava que acontecesse sem a vida ser provocada, e nunca pensei que me acontecesse.
Achei-me sempre uma pessoa certinha(a partir de certa altura da vida...)com tudo no sítio, (apesar de ser uma descontrolada e viciada em desarrumação),com a vida arrumada como todos querem.
Quem me rodeava achava me o máximo.
Eu era o máximo como professora, era o máximo como esposa, era o máximo como mãe, era o máximo em tudo. Eu própria me convenci que era o máximo. Ou antes, eu era mesmo o máximo.
Mas a vida ou quem a manipula não descansa...e gosta de apimentar tudo, de dar voltas em espiral para pregar as tais partidas que sempre ouvira falar.
E assim foi...de bestial se passa a besta, diz a voz do povo, e eu ouvi das vozes de todos, de quem amo, de quem amei...
Mas a vida também nos ensina, por entre serpentinas das partidas e confetis chorados, que quem foi o máximo em tempos idos, regressa, ergue-se do chão empoeirado, do fundo do poço para, não ser o máximo, pois nunca o senti ser, mas para viver.
E as partidas continuam a surgir, porque o sono e descanso a quem a manipula nunca aparece, para que nós, simples gente marionetizada, podermos sossegar...e as partidas aparecem quando tudo está arrumado, quando tudo está definido...
Mas agora, de besta a bestial me sinto. A partida foi grande, veio do nada, conquistou sorrisos, conqistou-me...e dessarrumou-me a alma e o coração, transformou-me a vida em gargalhadas e risotas, misturadas em cócegas de mimo. E as fantasias, que sempre foram desejadas vestir, rompem de dentro de mim para finalmente serem mostradas...
É assim o Carnaval da minha vida...
E como é Carnaval...ninguém leva a mal...