domingo, junho 26, 2016

pela morte, pela vida

hoje já andei ao "estalo" com quase toda a gente que me rodeia.gritei,disse o que não devia e tratei todos com 7 pedras na mão.
mas apenas queria parar.parar de pensar e de sentir esta coisa que me amarfanha todos os dias desde que te foste.
por vezes, quando digo, desde que te fostes, não sei se penso em ti pai, não sei se penso em ti, meu filho.
um foi-se pela lei da morte,outro pela lei da vida.
mas apetecia-me tanto, que tanto um como outro me embalassem num baloiço deserto,num local deserto e me deixassem gritar, gritar até não ter voz.
depois, do pai ouviria as palavras de preocupação dele comigo, de me saber triste e desapontada comigo própria,mas também a ajuda para seguir em frente.fazes-me falta,fazes-me tanta falta para eu conseguir andar para a frente.e fazes-me falta porque eras o meu ouvinte.
depois, do filho ouviria palavras de queixume e de uma adolescência a roçar a idade adulta cheia de dúvidas e desencantos,mas também de sonhos escondidos e esquecidos que continuam dentre dele.fazes-me falta, fazes-me tanta falta para eu andar para a frente com o coração apaziguado de ti.e também tu foste o meu ouvinte.
o dia foi sem os dois, um pela morte outro pela vida.
e a solidão ruidosa em mim ficou, e só quero gritar por vocês.