quarta-feira, outubro 06, 2010

6 de outubro de 2010

Porquê hoje regressar este local onde já ri, chorei, praguejei, sonhei,desiludi?
Não sei.Sei apenas que vim aqui dar.
Dizem que não escrevi mais, que me faltam as palavras.Verdade...mas não serão as emoções que me magoam,que me deixam sem ar, que me angustiam que me castram a vontade de escrever?
Não procuro a perfeição de viver, seria um erro e jamais seria o meu objectivo de vida, mas procuro justiça, plenitude de igualdade entre todos, e muito importante, mesmo muito importante para mim...respeito.
Respeito pela diferença na cor, na crença, na politica, no desporto, na deficiência...mas respeito pelas ideias diferentes não encontro em lado nenhum.Ou será que eu é que ando ao contrário de tudo e de todos?
Um dia disseram-me que iria ficar sozinha...que assim seja.Sozinha, mas forte nas convicções, na justiça, na vontade de um mundo melhor.
Jamais ficarei parada, jamais deixarei que o mundo me passe ao lado, jamais farei de conta que não vejo.
Se o fizer, estarei morta.
O que vim aqui fazer?Gritar...sem um som que a minha voz pudesse dar...

quinta-feira, abril 01, 2010

e já vou nos 41...

41 anos.
Número contrário ao aniversário do meu filho.Achei piada que usamos as mesmas velas.
Como temos usado as nossas vidas entrelaçadas.
Vivemos momentos de alegria e paz, misturados com a melancolia da saudade.
Vou olhando para ele e apercebo-me o quanto é importante gostar de viver.
Ele com 14 e eu com 41, a vivermos o nosso caminho, diferente, paralelos, com paragens e corridas, mas sempre juntos.
Depois olho a Leonor.Ainda bébé, com 10 anos.Ainda pequena num corpo de adolescente.Ainda menininha com ares de grande!
Ainda de colinho, mas independente quando interessa.
Sinto-a como eu.Uma "bipolaridade" de emoções,de sentimentos, de fases, de humores.
E vamos andando.De mãos dadas, entrelaçados uns nos outros, entrelaçados com Luís, o amigo, o marido, o nosso refúgio.
Que bons 41 anos.

domingo, março 21, 2010

domingo, março 07, 2010

Se eu fosse poeta
com letras e palavras
sonhava a vida,
fugia à morte,
ignorava o maldade
via as cores bem marcadas e delineadas
e brincava feliz,
no mundo imaginário
das letras e palavras
do poeta que não sou.
E como não sou poeta,
realizo o meu
sonho na vida
que me leva serenamente
à morte,
vendo, olhando, destruindo a maldade
que me amassa e me absorve
e vejo em cinzento,
um mundo que não quero, que não conheço.
E choro! Choro na alegria da minha diferença
de não brincar com
letras e palavras.
Choro a alegria e a tristeza
do mundo real de olhos abertos,
sem ser poeta,
sendo apenas eu.
Só eu.

domingo, fevereiro 14, 2010

14 de fevereiro...um dia depois do 13!

Ontem o João fez 14 anos.
Mais um ano numa vida ainda tão curta, mas já tão imensa de sentimentos , de valores, de vontades, de tristezas e de alegrias.
Dizer que o João fez 14 anos é também dizer que sou mãe há 14 anos, e que durante este tempo todo fui crescendo, mudando,alterando,virando de pernas para o ar tudo o que me rodeia e tudo que não gosto.Aprendi a ver o que não gosto e assim procuro com facilidade o que gosto...
E vou encontrando, não sendo a multidão cinzenta que resolvi representar num bailado contemporaneo, que me fez entrar num palco ao fim de tantos anos e me fez sentir ali como sempre...com vontade de exteriorizar o que sinto e o que gosto de fazer.Falta -me o teatro...mas chego lá...
Mas o aniversário foi giro e quase completo
Almoçamos num bom restaurante, com a família dos primeiros ramos da nossa árvore e depois estivemos em cavaqueira com a bisa, com a titi, com a Zé...e o João a ser teatreiro...e a fazer-me rir até às lágrimas...que também estavam presas no meu coração pela ausência, pela falta do pai que perdi e que não consigo largar.
Acabou bem o dia. A Leonor adormeceu no sofá e ficamos a ver um bom filme, com a mensagem de não olhar para o lado na desgraça alheia. Gostei!
E hoje começo o dia a ouvir a nova versão do We are the world...é o novo olhar para o mundo...pena que seja só de vez em quando!

We Are The World

Marcou a nossa geração...para ti Carla, para todos os da turma desse ano!

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Os Cinco da Feira...

Se de um lado somos as mulheres que somos...do outro lado, do lado da minha mãe, o universo de netos é bem mais reduzido.
Eu, o meu irmão e as três Rolas.
Rola, apelido do meu tio, que apenas por mim e meus filhos chamado de Papapanha, o pai que vinha de Espanha nos meus tempos de criança, que ficou com o nome e com a missão:de ser também um pouco meu pai...e tem sido.
Pois nós, as netas e neto da avó Ofélia, "Felinha" para os conhecidos, fomos criados juntos, misturados nas idades, em fraldas e biberões, que acabamos por nos misturar e quase sermos irmãs e irmão uns dos outros...
A Maria Miguel, a mais velha, a menina de todos, veio dar alento à família pois foi a primeira.Afilhada dos meus pais, também os baptizou de "Nãs", o "" e a "".Nasceu e foi baptizada quase à nascença a 8 de Dezembro de 1967, dia do casamento dos meus pais.
Sempre se contou como ela era tímida e envergonhada, que quando alguém desconhecido dela aparecia, se escondia...mas o padrinho sempre contou as peripécias da menina dele, com a caixa que estava numa mesa redonda da sala dos meus avós...morota a fotografia que existe do momento em que ela a vai buscar!Depois, conta-se da vontade da minha tia, a Titi, mãe tão desejosa de ter filhos, e só arranjou raparigas, da vontade de ser um pouco cabeleireira que a converteu em loura com um corte a corte que deu quase em pente zero...
Foi sempre boa aluna, mas indecisa...entrou em Coimbra pela porta das ciências e saiu anos mais tarde, realizada, pela porta das letras. Pelo caminho cantou(grande paixão que ainda dura)no Orfeão e encantou um belga, que veio desposá-la anos mais tarde. Deles nasceram dois meios belgas e meios portugueses, que dão continuidade às famílias.Mas os tempos ficaram difíceis e a solução foi o "emigrar" para a Alemanha como em outros tempos, mas agora com melhoria de vida para eles, e melhores perspectivas do que aqui tinham.Falta-lhe a família, os nossos encontros, as conversas entre irmãs, os mimos de todos, mas a tecnologia deixa-nos perto...sem sentir o calor do beijo e abraço desejado em todos os momentos que nos visitam...Mas sei que estão bem.E isso é bem mais importante...mesmo com muitas saudades!

Depois da Miguelita, vim eu..que esgotei o dicionário das minhas vivências...mas não dos meus sentimentos em relação à que veio a seguir...

A Maria Claúdia. Kai, Cakai.Quando nasceu, 13 dias depois de mim, o meu pai apaixonou-se por ela.Dizia que nunca tinha visto bebé tão lindo na vida(obrigado...pela parte que me toca...), que chorou de emoção e ali se estabeleceram laços de uma vida, que nem a morte dele cortou.

A Kai é uma mulher rija.De paixão, sobrevivente, fascinante na vida.Desde cedo se ligou ao companheiro, e casou sem dizer nada...fez o que lhe deu na gana...teve sempre essa coragem.Cresceu tanto como mulher, que nunca a imaginei grande!Acho que ainda a sinto pequenina ao meu lado a ferrar-me a testa...e a chatear-me pelos xixis nocturnos!Depois discutíamos...e tantas histórias mais...que acabaram no tapete!Kai...concebeu dois filhos lindos, apaixonados por ela, como todos nós.Como eu, sempre apaixonada achando-a uma Deusa...De todos é a melhor...sem dúvida.Vive no Minho, que adoptou como berço, onde trabalha na solidariedade, dando a mão a quem precisa, andando com os filhos de um lado para o outro, correndo devagar na vida, sempre com aqueles olhos verdes que lhe mostram a alma a quem a conhece. Eu, tenho saudades dela, das conversas, mas crescemos...Está sempre onde é precisa, no bom e no mau, nos sorrisos e nas lágrimas...e tantas que derramamos...

Kai...as últimas palavras que o "" disse.Imortal.

Entretanto aparece o galo dos netos...o meu irmão...a minha avó conta que o meu avô já não tinha esperança do rapaz, então foi para as termas em alturas da minha mãe o dar à luz.E que luz...nasce o rapaz e o avô vem de corrida para o ver, e soltam-se vivas pelo macho de herdeiro!

Cresceu entre a meninas e levou poucas e boas entre nós...depois cresceu e deixou de nos ligar!!!


Por fim, mas a dar que falar, nasce a bonequita...já em Espanha para segurança da minha tia, na 3ª cesariana. Apesar de registada como portuguesa, os ares da Galiza entraram-lhe bem no corpo. Ainda hoje, se sente meio espanholita.Era a menina...mas dizíamos-lhe que era adoptada...chorava teatralmente...já a veia lhe falava.É teatreira, cantadeira, imaginativa, teimosa, bondosa, boa cozinheira e sonhadora.

Viveu bem os tempos de estudante, na Coimbra que ainda a faz sonhar, depois engraçou-se por um sanjoanense...e lá se ficou com rapazito. Gargalhadas dadas, conquistou-nos a todos, e, vi-o entrar na família bem enamorado da nossa pequenita.

Casal engraçado...Carneiro com Virgem!

Nascem pimpolhos mais tarde, o Manuel e a Luísa, que atiram ao pai, mas também atiram à mãe...mãozinhas iguais às da mãe...Lindos, engraçados, mas com o maior dos defeitos para esta minha prima...nada comilões e nada apreciadores de bons manjares!!!

Vale-lhe o marido que gosta de um pitéu...

Continua na luta, vai trabalhando e mudando conforme a vontade e desejo por um mundo e melhor vida.Vai conseguindo...e não se deixa derrotar.

E assim somos nós...os 5 netos da minha avó e avô da Feira.

De nós já se registam 9 bisnetos e mais uma a chegar para Maio.

Família que cresce, família que dura, família unida!Sempre.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

7 de Janeiro de 2010

Se o amor existe...
tem o teu sabor, sabor de morangos açucarados, vindos dos tempos de antigamente,
tem o teu olhar...meigo, até ao sorriso que te nasce antes de sorrires, triste e longínquo em pensamentos que me enciumam e me deixam longe isolada,
Porque se o amor existe,
é a tua voz doce, que me acalenta a tristeza que tenho dentro de mim, a saudade que não passa do outro amor, que me acalma na rebeldia.
são as palavras sábias, que me ensinam a crescer, a parar para pensar.
Porque existe o amor,
em ti, sendo o companheiro de olhares e de mãos entrelaçadas,
de vivência em família, de pai para eles, os outros amores em mim.
E o amor está lá,
sempre, no dia e na noite, juntos em um...
Existe, sim, o amor existe,
chama-se Luís.
Parabéns por mais um aniversário...obrigado por mais um dia comigo.
Amo-te.