Amanhã faço 40 anos.
É a ternura dos quarenta...é o ou vai ou arrebenta...
e eu...sempre sonhei como meu aniversário, fazer uma festa fantástica, cheia de glamour, com música linda e quem sabe uma sessão de fotos...
acordei!
o pesadelo mantém-se...
não quero festejar,
não quero prendas,
não quero atender o telefone a ninguém
não quero desejos de nada
mas...
a vida continua
o tempo ajuda a aceitar
a família une-se para partilhar a dor
e tudo vai passando a recordações...
mentira, mentira, mentira
a vida não anda, continua inerte,parada na angústia
o tempo tornou-se carrasco de chicote em punho, flagelando ininterruptamente
a família dispersa-se sem nada para dizer, sem nada para partilhar
e tudo continua vivo, perto, demasiado perto...
amanhã faço 40 anos
1 comentário:
Entrar nos 40 foi a maior mudança da minha vida. Parece que foi um flash. Um dia antes ainda me considerava um jovem, capaz de fazer as maiores acrobacias e de repente vejo-me cair num precipício sem fundo onde se começam a sentir os primeiro sintomas de tudo, mesmo sem ter nada.
É como se atingisse o topo de uma pirâmide. Até aos 40 foi sempre a subir, a adicionar, diria a angarias anos de vida, para depois poder gasta-los na descida. A descida que se inicia aos 40. Com uma surpresa: quando temos 16 anos queremos chegar depressa aos 18 para poder conduzir (a vida anda muito devagar e nós queremos que ela corra muito depressa); quando temos 50 anos queremos precisamente o contrário; que ela ande devagar e ela contraria a tendência e corre a passos largos.
De qualquer modo parabéns à aniversariante.
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