quarta-feira, maio 16, 2007

O livro da Né

IV

Era quase duas da manhã quando Rita chegou ao hotel onde ficava sempre que vinha ao norte. Estava cansada e teria de se levantar cedo para regressar a Lisboa.
Sentou-se na beira da cama e acendeu um cigarro. Um soluço de lágrimas que se preparavam para a inundar apareceu, e Rita não conseguiu mais conter.
A noite trouxera muitas recordações. Como as tinha conhecido fazia parte da história de amor que ainda lhe manchava a alma.
Olhou sôfrega para o ecrã do telemóvel com esperança de alguma chamada não atendida ou sms por ouvir, mas nada. O ecrã continuava escuro, como ela se sentia.
Todas tinham sido umas queridas e lhe diziam que tudo ía passar, mas não contabilizavam os minutos, as hora, os dias que demoraria a passar.
Porquê?
Tinham-se conhecido numa das viagens proporcionadas pela agência de publicidade onde trabalhava.
A mãe da Rita sempre a avisara para seguir outro curso. Agora tinha uma filha psicóloga a trabalhar em cores, palavras e logótipos, “que nem sei o que isso é!”, refilava com a filha sempre que esta aparecia.
A viagem até ao sul no Inverno não era de se deitar fora, por isso Rita melancolicamente com os seus 28 anos foi apreciando a paisagem por onde passava.
Logo que chegou, apresentou-se e foi levada para uma sala onde outros publicistas se encontravam e discutiam as novas tecnologias. Viu-o logo que entrou: alto, moreno, expressivo na maneira de falar.
Há muito tempo que não via alguém assim parecido…e ficou fascinada com o “colega” de workshop!
As sessões foram decorrendo com algumas inovações até à hora do jantar, que seria servido numa grande sala, só para os participantes.
Estes foram-se distribuindo pela sala e sem querer, e à filme “holywoodesco”, Rita ficou em frente ao exuberante colega.
Sorrisos trocados, palavras de circunstância, concluiriam que viviam nas redondezas um do outro e que eram uns apaixonados por desportos radicais e automóveis.
Bem, nesta parte de automóveis, jipes e familiares, já Rita dizia que sim, pois o jantar já ía longo e tinha sido abundantemente regado com um vinho tinto excelente.
Depois do jantar, todo o grupo se dirigiu ao bar do hotel a por ali foram ficando a conversar e bebendo um copo de final de noite.
Rita pouco tempo ficou, pois já se sentia bastante dormente, e na manhã seguinte teria de fazer uma exposição do trabalho que estava a ser desenvolvido pela agencia onde trabalhava.

1 comentário:

rendadebilros disse...

Sim e depois???
Beijos.