Amanhã faço 40 anos.
É a ternura dos quarenta...é o ou vai ou arrebenta...
e eu...sempre sonhei como meu aniversário, fazer uma festa fantástica, cheia de glamour, com música linda e quem sabe uma sessão de fotos...
acordei!
o pesadelo mantém-se...
não quero festejar,
não quero prendas,
não quero atender o telefone a ninguém
não quero desejos de nada
mas...
a vida continua
o tempo ajuda a aceitar
a família une-se para partilhar a dor
e tudo vai passando a recordações...
mentira, mentira, mentira
a vida não anda, continua inerte,parada na angústia
o tempo tornou-se carrasco de chicote em punho, flagelando ininterruptamente
a família dispersa-se sem nada para dizer, sem nada para partilhar
e tudo continua vivo, perto, demasiado perto...
amanhã faço 40 anos
palavras soltas,risos contidos...no mar da vida podemos navegar sem velas sem marinheiros!
segunda-feira, março 23, 2009
sexta-feira, janeiro 30, 2009

Vinda a distinção de uma amiga, http://www.queconversa.blogspot.com/, que me propõe distinguir outros 6 blogs de mulheres.
Como tenho andado arredada de leituras e visitas, deixo, para já, o "Que conversa" e entretanto prometo que vou tentar voltar a estas lides de ler, satisfazer a minha alma nos ditos e conversados de tantas mulheres maravilhosas que escrevem na blogosfera...
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Não chores mais...
Mãe:
Sussurro-te…
Ele foi embora, mas está bem presente.
Presente nos cheiros do outono
E no frio do inverno
No sorrir da primavera, que chegará sem ele a contemplar
E no quente e laranja do Verão que ele tanto gostava
E o mar… estará sempre lá, mas agora sempre visitado por ele
Ele que ganhou asas para voar…Como sempre o desejou…voar!
Não te deixou.
Deixou-te poderes de lembrança
De recordar
De ainda sonhar no que foi
Do amor eterno que te celebrou
Do amor que te fez sentir
E disse-te tudo o que era para dizer
Mesmo em silêncios longos e olhares apagados
Foi contigo que ele esteve sempre
Foi em ti que confiou
E só tu sabes
Quanto ele era forte,
Quanto ele queria a vida
Quanto ele amava todos que te pertencem
E deixou-te com esse amor
Para que continues o caminho dele
De mão dada com os filhos que lhe deste
Abraçando os netos que te confiamos
Sussurro-te…
Ele foi embora, mas está bem presente.
Presente nos cheiros do outono
E no frio do inverno
No sorrir da primavera, que chegará sem ele a contemplar
E no quente e laranja do Verão que ele tanto gostava
E o mar… estará sempre lá, mas agora sempre visitado por ele
Ele que ganhou asas para voar…Como sempre o desejou…voar!
Não te deixou.
Deixou-te poderes de lembrança
De recordar
De ainda sonhar no que foi
Do amor eterno que te celebrou
Do amor que te fez sentir
E disse-te tudo o que era para dizer
Mesmo em silêncios longos e olhares apagados
Foi contigo que ele esteve sempre
Foi em ti que confiou
E só tu sabes
Quanto ele era forte,
Quanto ele queria a vida
Quanto ele amava todos que te pertencem
E deixou-te com esse amor
Para que continues o caminho dele
De mão dada com os filhos que lhe deste
Abraçando os netos que te confiamos
quinta-feira, janeiro 15, 2009
A morte saiu à rua, catanando quem passa, de olhos vendados
Não vê o brilho de vida nos olhos de quem massacra
Não vê dor nos rostos de quem mutila
A morte sorri encantada, envolta no seu frio gélido, e leva-o sorrateiramente a uns, anunciadamente a outros.
A morte passeia impune por entre gente nascida de olhar futuro
Por gente de esperança e bondade cravada
Por gente que ainda não é gente
Por gente de alma pura…
E ninguém a trava…
A morte é forte e gargalha na vida
Mais forte do que a vontade, mais forte que o sonho que gera a vida…
E ninguém a trava
quinta-feira, janeiro 01, 2009
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Dezembro de 2008
O Dezembro impõe-se! Gela-se lá nas terras altas...e aqui, mais perto do mar, nem se acredita que o frio chegou...
Já se ouve o gracejo longínquo do velho de barbas que está quase a chegar, e pelo meio vamos preparando a festa que juntará quem quer, quem quiser, família unida ou não, amigos desejados ou empurrados!
O tempo é de sorrisos para os pequenos e de balanço de final de ano. Para uns foi bom, para outros, a vida mostrou que o ciclo chamado vida é mais de morte roubada.
Limpem-se as lágrimas, engulam-se os soluços....vem aí o Natal, a festa da alegria e da esperança num mundo novo.
Já chegam os sons de palavras trocadas, de histórias recontadas, de barulho de passitos procurando embrulhos, e leituras de nomes em voz alta nos cartões que povoam as cores vermelhas das prendas ansiadas...
Os cheiros...a canela da aletria, o açúcar queimado na hora, do leite creme que faz a delicia de todos...e o bacalhau cozido a fazer da criançada, e não só... os mais infelizes no repasto natalício...
Depois ouve-se o telintar de aperitivos em copos que, pela noite dentro serão enchidos vezes sem conta para acompanhar solenemente as delícias da noite...
E chega-se ao momento especial...a porta abre-se e lá fora, entre o frio da noite e a quentura das ilusões surge o primeiro de muitos presentes...
Tudo cintila, os festejos continuam nas gargalhadas dos pequenos, que nervosos vão vendo o que este ano veio para os satisfazer...ouvem-se choros de desanimo...não era aquilo!!!
A noite vai chegando ao fim, diminuindo o som das conversas, sussurrando-se que o sono vai chegando e é hora de regressar a casa...
Amanhã come-se o "farrapo velho"...
Bom Natal...para todos.
Já se ouve o gracejo longínquo do velho de barbas que está quase a chegar, e pelo meio vamos preparando a festa que juntará quem quer, quem quiser, família unida ou não, amigos desejados ou empurrados!
O tempo é de sorrisos para os pequenos e de balanço de final de ano. Para uns foi bom, para outros, a vida mostrou que o ciclo chamado vida é mais de morte roubada.
Limpem-se as lágrimas, engulam-se os soluços....vem aí o Natal, a festa da alegria e da esperança num mundo novo.
Já chegam os sons de palavras trocadas, de histórias recontadas, de barulho de passitos procurando embrulhos, e leituras de nomes em voz alta nos cartões que povoam as cores vermelhas das prendas ansiadas...
Os cheiros...a canela da aletria, o açúcar queimado na hora, do leite creme que faz a delicia de todos...e o bacalhau cozido a fazer da criançada, e não só... os mais infelizes no repasto natalício...
Depois ouve-se o telintar de aperitivos em copos que, pela noite dentro serão enchidos vezes sem conta para acompanhar solenemente as delícias da noite...
E chega-se ao momento especial...a porta abre-se e lá fora, entre o frio da noite e a quentura das ilusões surge o primeiro de muitos presentes...
Tudo cintila, os festejos continuam nas gargalhadas dos pequenos, que nervosos vão vendo o que este ano veio para os satisfazer...ouvem-se choros de desanimo...não era aquilo!!!
A noite vai chegando ao fim, diminuindo o som das conversas, sussurrando-se que o sono vai chegando e é hora de regressar a casa...
Amanhã come-se o "farrapo velho"...
Bom Natal...para todos.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
O caminho vai sendo percorrido,em passadas lentas, pensativas...
Da tristeza não me consigo separar, está entranhada no dia e na noite,no frio no calor de mim...e vou caminhando em espinhos que não sinto, que não superam a dor do meu interior.
Procuro consolo e não encontro
Procuro palavras de acalmia e não as ouço, não as leio
Vivo em dois mundos:um que se tem de viver,andar para a frente,levar a vida,frases feitas, conselhos dados sem pedidos,opiniões de saber desprovido de amor e sentimento...
Vivo o outro...dentro de mim: atormentada, angustiada, revoltada, desesperada, sem poder acreditar que a vida me deu a morte, a fez passar por mim gracejando de mim, turtuosamente...
Levou o meu Sol...
sexta-feira, outubro 31, 2008
O miúdo toca...
O João, hoje, teve a primeira audição de violoncelo na nova escola.
Sonhou com ela e lutou por ela e hoje foi brilhante...
Tocou lindamente, com emoção, com sensibilidade de um músico.
É bom ver que ele evoluiu e ver que ele cada dia que passa mais gosta e mais gosto tem pelo que faz.
Valeu a pena, João
Chorei...e ele emocionou-se...
Faltou o avô para o ver e ouvir.
Que orgulhoso ele ficaria...
Mas nós, meu querido, aqueles que estão sempre do teu lado estamos orgulhosos de ti...imensamente!
Parabéns miúdo...
Pai
Perdoa-me
… os sorrisos que não te dei
Aqueles que sorri no mundo e não estavas
Aqueles que só a ti deveria ter dado e os desperdicei
Perdoa-me
…ter nascido não só para ti
Viver não só para ti
Sonhar não só para ti
Perdoa-me
… os sonhos que não te deixei sonhar
Os sonhos que sonhaste para mim e eu não os realizei
Perdoa-me
… a criança que fui
A rapariguita apaixonada, alegra e delirante
A mulher que me tornei, zangada, desiludida, triste
Perdoa-me
… as alegrias que te dei
Os desgostos que não me perdoei
As lutas que travei, contigo ao meu lado
Perdoa-me
… o tempo que não partilhei contigo
O tempo que não te dei
O tempo que não estive
Perdoa-me
… o amor que senti por outros que não tu
O amor que me ensinas-te a dar
O amor que sinto pelos teus
Perdoa-me
… chorar-te
Não me deixar aceitar a tua ida
A raiva
O desespero
A saudade
Perdoa-me
… o amor que te tenho
Para sempre…
Perdoa-me
… os sorrisos que não te dei
Aqueles que sorri no mundo e não estavas
Aqueles que só a ti deveria ter dado e os desperdicei
Perdoa-me
…ter nascido não só para ti
Viver não só para ti
Sonhar não só para ti
Perdoa-me
… os sonhos que não te deixei sonhar
Os sonhos que sonhaste para mim e eu não os realizei
Perdoa-me
… a criança que fui
A rapariguita apaixonada, alegra e delirante
A mulher que me tornei, zangada, desiludida, triste
Perdoa-me
… as alegrias que te dei
Os desgostos que não me perdoei
As lutas que travei, contigo ao meu lado
Perdoa-me
… o tempo que não partilhei contigo
O tempo que não te dei
O tempo que não estive
Perdoa-me
… o amor que senti por outros que não tu
O amor que me ensinas-te a dar
O amor que sinto pelos teus
Perdoa-me
… chorar-te
Não me deixar aceitar a tua ida
A raiva
O desespero
A saudade
Perdoa-me
… o amor que te tenho
Para sempre…
sábado, outubro 11, 2008
O meu Pai morreu no dia 6 de Outubro pelas 9.00horas da manhã, entre as minhas mãos, as da minha mãe e as do meu irmão.
Ainda não consigo acreditar.
Ainda não consigo esquecer os últimos dias.
Lembro-me de ele dizer que conheceu o verdadeiro amor no dia em que o neto mais velho nasceu, o meu filho João, e eu nunca pensei que poderia encontrar esse amor tão profundo e verdadeiro no final dos momentos de vida dele.
Amei o meu Pai profundamente enquanto tratava dele e quando senti que ele tinha ido embora.
E encontrei dentro de mim um sentimento que jamais pensei que existisse:desejar-lhe a vida que ele tanto queria e amava e ao mesmo tempo desejei-lhe a morte que lhe dava a paz que precisava no sofrimento físico em que se encontrava.
Perdi uma parte de mim.
Perdi o meu farol.
Perdi o meu companheiro.
Tudo vai ser incompleto a partir de agora.
sábado, setembro 27, 2008
O meu pai está a morrer.
Não foi operado, não fez quimioterapia.
Está no ipo.
Vem 2ªfeira para casa.
Vem para estar com a minha mãe.
Vem para estar na casa dele.
O meu Pai é o meu Pai.
E eu estou a morrer com ele.
Não foi operado, não fez quimioterapia.
Está no ipo.
Vem 2ªfeira para casa.
Vem para estar com a minha mãe.
Vem para estar na casa dele.
O meu Pai é o meu Pai.
E eu estou a morrer com ele.
segunda-feira, setembro 01, 2008
sábado, agosto 16, 2008
A todas as horas e minutos que vão correndo tento dar um sentido ao que vivo. Se calhar devia ter este tipo de pensamento noutra fase da vida, mas não, surgiu agora.
O sentido que procuro é a explicação do que não se explica:acontece...
O meu pai, de quem já falei e escrevi durante toda a vida que tenho tido, com sentido ou não, é um homem interessante de se conhecer, de se ouvir e de se dar sentido na nossa vida.
Filho mais novo de 7 irmãos(fora os ameaços, como diz ele), foi o menino das "bruxas" lá de casa, sempre protegido pelas duas irmãs antagónicas rossantes ao incompatível.De miúdo foi tendo mais qualquer coisita do que os irmãos, pois sendo o mais novo facilitava-se as vontaditas...
Mas os tempos eram outros, e logo que a 4ªclasse foi concluída, emprego era esperado para o petiz.Inacreditável nos dias de hoje!Imagino o meu pai com a idade dos meus filhos (o João já tem 12 anos)a sair de casa para ir trabalhar!
E lá foi, destemido no corpito e na personalidade forte, sempre com grande sentido de justiça...
Juntamente com os irmãos mais velhos, foi-se fazendo homem, quando apenas deveria ser apenas uma criança.
Mais tarde foi estudar de noite.Trabalhava de dia e depois aparecia na escola para estudar o que sempre sonhou. Épocas passadas, estranhas aos nossos olhos e difíceis de se viver.
A vida foi-lhe correndo, até que conhece a minha mãe.Deles nada posso contar...ainda hoje segredam entre eles palavras de amor e paixão... sei que o meu pai ainda vai contar essa história...e já lá vão quase 41 anos de casados mais os 5 de namoro...
Casou, depois da vinda de Angola, onde esteve quase 3 anos em zona de guerra (só podia...e sorte teve por voltar),e por entre dificuldades, desgostos e gostos, sorrisos e choros, cresceu na vida, tornando-se marido, pai e depois avô.
Pelo caminho vive momentos que conta mais tarde por entre risos nas coisas boas e poucas palavras nas más...
Deu um pontapé, mais uma vez, à morte que o rondava, quando o coração lhe prega a partida, e agarra-se à vida como ninguém...e vence!
Torna-se o avô das caminhadas e comida saudável, sempre a reclamar com todos por não termos cuidados nenhuns!Porque "ao fim ao cabo", somos filhos e netos de cardíacos e temos de ter cuidado!
Juntamo-nos semanalmente em família e vamos ouvindo histórias de outros tempos contadas por ele.Revejo o passado através do olhos do meu pai e enterneço-me por ainda lhe ouvir as histórias, que agora conta aos netos, com atenção e devoção de outrora. Olho para o meu irmão e percebo que também ele relembra os tempos em que pela primeira vez as ouvia...
Entra na fase da vida tardia com um sorriso:reforma-se sem luxos.Continua a viver modestamente, mas com uma alegria e vontade de estar, de ajudar, de aprender coisas novas e ensinar os mais novos. A casa transforma-se numa mistura de berçário e ATL, idas e vindas ora da escola ora da ginástica ora da música...é a nova função:avô a tempo inteiro!E, claro está, a minha mãe sempre na retaguarda...porque atrás de um grande homem...sabemos nós que está a minha mãe!
Dedica-se às cantorias, participando activamente no coro amador da Academia,onde canta grandes mestres de sempre:Vivaldi, Bach, Haendel e os portugueses que mais gosta...Intervenção...Cantigas de Maio...
Mas de repente tudo pára!Começa a andar sempre triste e dorido...não sabe que tem...e as nuvens negras aproximam-se sem ninguém se aperceber ,até que nos cai esta tempestade!
"Uma bomba que me caiu em cima", disse ele...
Vejo o meu pai todos os dias a agarrar-se à esperança de que tudo vai correr pelo melhor, sabendo que a luta vai ser difícil, renhida...e está em sofrimento...e nós nada podemos fazer para o ajudar.
O meu pai tem 67 anos.
Tem tido uma vida cheia de muitas coisas e de tantas histórias que ainda não contou aos mais pequenos.
E ainda tem muita coisa para ver, conhecer e aprender para nos ensinar e ajudar...e para dar sentido a todos os minutos da minha vida, porque sem ele perco o meu rumo...
domingo, julho 20, 2008
Sempre a lutar...
Vim limpar as teias de aranha!
Vou passando por post e post e relembro os momentos que me fizeram escrever.Tantas incertezas pelo meio, mas que se tornaram boas caminhadas.
E cheguei aqui, envolta em teias de cheiro a mofo...com tantas ilusões e desilusões, umas de sempre, outras novas, com batalhas ganhas e outras ainda a iniciar-se na contenda...porque a vida corre, como sempre digo...
Da escola, chegam as merecidas férias!Férias de alunos, de papéis, da falsidade, da desilusão de pensar que a amizade existia em algumas pessoas...
Das decisões do tribunal dos meus filhos, veio o que esperava: o João conseguiu o que queria, vai estudar na EPME, e todos os pontos essenciais ficaram resolvidos.
Se acho que tudo foi justo?Talvez...para os miúdos tudo ficou melhor, mas só agora percebi que apesar de estar divorciada, separada, longe do pai deles, nunca vou estar "livre"...enquanto tiver os meus filhos comigo...será assim...
E o João foi a depor!E mostrou ser fantástico!Mostrou ser um Homem a sério!Disse o que queria!E a Justiça, nas pessoas da juíza e ministério publico assim o disseram, e o ouviram e ficaram convencidas...
Estou imensamente orgulhosa dele...e foi muito duro para mim e para ele tudo isto...
E agora...
Agora, que estávamos todos serenos, surge esse ladrão de vida...cancro!
Meu pai, avô dos meus filhos!
A luta vai ser travada, mas sem justiça de Homens, sem decisões pessoais...
É a grande Luta...pela vida, pela sobrevivência...
Tenho medo...muito medo...
terça-feira, maio 27, 2008
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