quinta-feira, julho 26, 2012

mundo!

dizem que estou contra o mundo.
e estou...este não é o meu mundo.

partilhar...

tenho andado para partilhar,nestes tempos de partilhas sem o ser,o momento de felicidade.
num pequeno pestanejar de olhos o amor brotou e ficou.ficou ali suspenso por tanto tempo que pensei que não existisse e tantas vezes o coloquei em causa.mas não, estava ali,num sussurro perto do coração a dizer que não,num arfar ao ouvido pelo sorriso em gargalhado dos sim da vida.ali estava,amor de paixão sempre vivo e eu sem acreditar que tal fosse possivel.
percorri a vida,claro que como todos,de altos e baixos de grandes e pequenas coisas,e aquele amor sempre ali,que eu via pelo simples pestanejar,ou sentia como o ar que nos envolve,que nos alimenta a todos os segundos.
e o amor ali estava,de mão dada,apertando-a quando pressentia o perigo de me ver perder,e segurando quando as forças perdia pela angustia de não me encontrar.ai,mão sabedora do que é o amor que não deixa a paixão desaparecer.ai,mão sabedora de mim mais do que própria eu sou.
e quando a vida se tornou no desespero da morte anunciada, que amor cheio de vida e paixão se instalou em mim,como o eterno momento de felicidade,aquele por quem corremos para encontrar e passamos um caminho longo e não o sentimos e não o alcançamos.
e se no pequeno pestanejar este amor brotou e ficou, foi num ultimo momento que falou mais alto e ali,senti que te amava,que sempre fui apaixonada por ti,que foste a felicidade,o meu sorriso de vida, a alegria da vida que continuo a celebrar até te encontrar em outro lugar.
que a partilha sirva para outros encontrarem a verdadeira essência da vida...

terça-feira, março 20, 2012

amor...

fevereiro já passou e março vai a meio...e o sol continua a brilhar e tanto se tem passado.
por este caminho de dias seguidos de meses consecutivos,fui vendo-me no passado,fui sentindo-me nos tempos de outrora,tão longe que eles são.
tudo se conjuga...e o amor,primeiro,segundo o terceiro aparece e arrebata.fez-me sorrir em sonhos,rir nos dias bons e não perceber porque não é eterno.como pode ser eterno um amor que não é no coração, é na alma de adolescente.sim, que adolescente tem uma alma diferente.é alma que suspira,que sangra mel,que sobe nas alturas e toca nuvens e roda como um pião bem lançado...e depois tudo é tão presente,as promessas,as palavras trocadas, os beijos que serão sempre lembrados e únicos.
e depois tudo pára.alguém já não sente como a nossa alma.e lembramo-nos que temos coração.
tudo se desvanece e o mundo desaparece,a raiva enlouquece, o silêncio está em todo o lado,nas palavras escritas,das promessas feitas,dos sorrisos cumplices.
o coração sangra e a alma cresce.
e o mundo não pára,não anda para trás e sufoca-se em ar,em soluços,em lágrimas e desaparecemos.

mas...
o dia vai nascer novamente e a vassoura do tempo varre tudo, e asas brancas vão esvoaçar e serão ouvidas novas gargalhadas...e tudo começa de novo...a vida.

e recordações ficam.não as amargas,mas as doces,da alma que sangrou mel,a cumplicidade que faz crescer...

como foi bom o tempo que passou...como é bom saber que a alma é uma ilusão, e o melhor é o que o coração sente...

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Hoje

Hoje estou sozinha.Momento raro no meu dia a dia, que é preenchido por tantos seres com vontades e necessidades tão diferentes que me baralham até à exaustão.
Mas estou aqui.Só.Ouço, não o canto dos pássaros, que deveria escrever e ouvir a quem se prese de escrever alguma coisa,mas ouço e percebo a velocidade dos carros que vão passando mesmo a alguns metros da minha varanda.Tenho os janelões escancarados como se de um dia de verão fosse, ou pensando que o é,pois apetece-me respirar,sentir o sol trémulo a entrar trazendo atrás de si a aragem que se tornará frio mais para a tarde.
O dia corre sem sobressaltos.E porque não haveria de ser assim.Claro que para mim é inédito, pois não existe dia, ou noite que por momentos dentro da minha cabeça não sinta uma angústia,um sobressalto por algo que possa estar fora do sítio,do tempo,de alguém.
E os carros passam...para onde irão?Quem levam?Gente anónima que se pode transformar em alguém que nos tornemos conhecidos.Basta o carro parar,basta eu ir à varanda e acenar,sorrir e dizer olá.
Engraçado os gestos que podemos resolver ter numa tarde de solidão apetecida.Era engraçado...mas não!Vou fechar o janelão.Estou a ficar com frio e olho para o lado e vejo um livro que me convida a um momento de leitura.
Vou...

sábado, dezembro 10, 2011

Regresso?

Se regressei?Não sei.Mas que sinto vontade de escrever, de contar de falar sinto.Mas sem maiúsculas,sem virgulas sem pontos...talvez alguns para que tudo fique bem entendido e percebido.
O tempo vai passando rapidamente sem me aperceber,hoje sinto-o lento, mas quando me sento e paro para pensar,penso olhando para ontem e vejo como todos os minutos e segundo correram tão depressa...e agora estou aqui.
Como estou?Viva, talvez...ou então sobrevivida de uma tempestade que ainda vai tendo alguns ventos e chuvadas fortes.Passei de menina a mulher e de mulher a tudo o que faz parte de vida que mesmo sendo mulher nunca quis ter...morte,desencanto,desilusão,desgosto,preocupação,sofrimento.Estas são sempre as palavras de que fugimos,mas que sempre nos aparecem ao virar das esquina, pegajosas e tinhosas mesmo!
Mas mulher é conhecer o sorriso de mim própria,por entre as lágrimas que choro eternamente,de conhecer o amor verdadeiro,sem pressa,sem correria,sem ansiedade.Amor sem fogo alto,mas com brasas sempre rosadas para manter o calor.Este sim...é o paraíso dos vivos,dos que olham a vida com esperança.
Continuo insatisfeita,bipolar nas emoções, sempre o disse e continuarei,pois foi o defeito que encontrei em mim,mas o que me tem dado crédito a mim própria para viver na minha seriedade e confiança.Tem-me dado bons momentos de felicidade, pois esta só o é por momentos, não nos convençamos que é permanente,mas tem-me dado tantas perdas.São as perdas que muitas das vezes me detroem,me fazem desistir,mas a bipolaridade que reina no meu coração e mente acabam por me levar ao caminho certo e percebo que as perdas já se transformaram em ganhos, em batalhas internas do que sinto e do que quero sentir.
Lamento os afastamentos.Dizem que é a vida que nos leva afastar das pessoas que nos eram próximas, algumas delas quase irmãs e irmãos de sangue, fossem família, fossem amigos...mas neste momento,que vejo quase como último para mim,vejo que não é a vida que nos afasta,somos nós que afastamos a vida e fechamos os olhos e fazemos de conta que tudo é,quando não é.Quando digo que este momento é quase um ultimo momento para mim, não se assustem, aqueles que ainda por aqui passam...o dia a dia mostra-me que devemos viver todos os momentos como sendo o último.Só assim podemos perceber as falhas que temos...e ainda bem que temos o dia de amanhã para colmatar as falhas.
Amanhã...quem sabe, dê mais um passo para reencontrar alguém que a "vida" a fez se afastar, ou a "vida" me fez afastar...batalhas ainda por vir...amanhã!

domingo, fevereiro 13, 2011

Mais um dia,hora,minuto.22.40horas...o João nasceu já há 15 anos.Vejo-o crescer e todos os dias o vejo partir para longe de mim, para construir o caminho que espero e anseio que seja de boas coisas, de bons momentos e de poucas perdas.
Mas um dia irei...e desejo que esteja perto de mim,me segure a mão e me diga baixinho:vai mãe,vai com um sorriso...fico aqui para te lembrar e nunca deixar que te esqueçam.
Mas serei digna de ser relembrada?Que faço hoje para um dia não ser esquecida?Não sei.Não pretendo imortalidade,mas quero deixar a marca nos meu filho, na minha filha, que vivi em plenitude, que fui feliz, que amei,que desesperei, que chorei as minhas perdas,que chorei a alegria de os ver sorrir.
Quero ser eterna para ele...como o levarei no meu coração.

domingo, fevereiro 06, 2011

desliguem o som

Os dias continuam cheios de sol.
Sol que aquece por momentos, mentiroso no tardio, pois depressa enregela quem se distrai.
E penso sem pensar, mas que me vem à cabeça que o lugar não é este que eu quero estar e sentir que a vida acontece sempre ali.
Ouço o mar,bem perto, perto demais porque não gosto de ouvir, me arrelia e me põe tonta com o som que parece vindo de um búzio em continuo movimento, que eu não vejo a andar.
Nas palavras e caras nada vejo,nada sinto, mas o som de tudo e de todos cada vez que vibram dentro da minha cabeça mostram-me o que não quero ver, o que não quero sentir.E grito!
Grito dentro de mim por ouvir o respirar,o suspirar,o balançar,o olhar, o pestanejar.Os sons atingem volumes estrondosos dentro dos meus ouvidos e só quero deixar de ouvir.deixar de ouvir.deixar de ouvir.
E parar ali, aqui. Na imensidão do silêncio que procuro para estar viva.

domingo, janeiro 30, 2011

Fevereiro quente...diabo no ventre!!!

Escrever.Quando a alma é pequena,apertadinha tudo nos perece pequeno,triste e soturno.
Tenho andado por aqui como uma alma penada, triste como a noite, sem compreender as andanças da vida...
Vivo, ainda,e alguém me disse que assim seria, numa tormenta de emoções desde que o meu pai se foi.Se foi?Para onde?Morreu e acabou.Mas não sinto que tenha acabado.Comecei a nova era da minha existência,complicada,de incerteza,de insatisfação constante.Porra.E depois engordo...
Vivo os momentos mais parvos que alguém pode viver, dizem...que me importo com tudo e com todos.É verdade. E depois esqueço-me que existo, que tenho de me ver ao espelho, que tenho cortar o cabelo, que tenho de fazer depilação, que tenho de por creme na cara para esconder a idade, que tenho de viver o que quero e o que gosto, que tenho de voltar a sorrir e já nem me lembro como é, que tenho de dizer o que sinto e ninguém me ouve.
Mas a vida não é madarasta para mim.Não!
O João enleva-me na maneira de ser, bonito nos sentimentos, esplendoroso na maneira de estar e ser.O filho que me dá dor de alma a ver chorar por ter quase 15 anos, que dá dor por ser palerma e não aceitar um não meu, um filho que dá dor de saber que um dia vai embora.
A Leonor...como dizia o meu pai...está vingado!Pois está.Põe-me enlouquecida com a falta de crescer, mas ainda bem que ainda não cresceu, pois assim ainda é a minha Leonor.Depois sofre, chora e não percebe que na vida nem sempre tudo é como nos filmes...acabam bem e todos felizes.E é grande,matulona,leva tudo à frente...mas fala a bébé, encolhe-se em mim e quer colo da avó...e diz, o meu avô Fernando, já não diz só:o avô!Como se o avô só tivesse existido nas fotografias que vê.
A minha mãe...ó mãe!Espera ansiosa pelo encontro com o grande amor dela.E vejo nos olhos o chorar de todos os dias,a revolta escondida,a saudade em cada ruga nova que todos os dias aparecem,o faz de conta que a vida até corre bem.Desde que todos estejemos bem, a minha mãe vive,ou antes sobrevive, e doi-me.Mas quero-a aqui ao meu lado,Estarei sempre ao lado dela.
O Luis...que aconteceu ao Luis.Continua a ser o olho verde,o companheiro, o amigo, o cúmplie na vida.É o amor tranquilo que encontrei e que me faz acreditar, querer acorda todos os dias.E depois olhamos um para o outro e continuamos a acreditar que novos rumos temos de seguir.
Eu penso nisso.Em rumos novos, em coisas novas,numa vida diferente...
Quem sabe...
Mas vem o Fevereiro, cheio de aniversários, o João a 13, a Leonor a 23.E todos os outros que vão crescendo e descobrindo que o sol faz rir e a chuva nos molha mesmo a sério e se mistura nas lágrimas que tanto escondemos.
Fevereiro talvez venha com neve, a mim faz-me bem...se vier quente...fujo!

quarta-feira, outubro 06, 2010

6 de outubro de 2010

Porquê hoje regressar este local onde já ri, chorei, praguejei, sonhei,desiludi?
Não sei.Sei apenas que vim aqui dar.
Dizem que não escrevi mais, que me faltam as palavras.Verdade...mas não serão as emoções que me magoam,que me deixam sem ar, que me angustiam que me castram a vontade de escrever?
Não procuro a perfeição de viver, seria um erro e jamais seria o meu objectivo de vida, mas procuro justiça, plenitude de igualdade entre todos, e muito importante, mesmo muito importante para mim...respeito.
Respeito pela diferença na cor, na crença, na politica, no desporto, na deficiência...mas respeito pelas ideias diferentes não encontro em lado nenhum.Ou será que eu é que ando ao contrário de tudo e de todos?
Um dia disseram-me que iria ficar sozinha...que assim seja.Sozinha, mas forte nas convicções, na justiça, na vontade de um mundo melhor.
Jamais ficarei parada, jamais deixarei que o mundo me passe ao lado, jamais farei de conta que não vejo.
Se o fizer, estarei morta.
O que vim aqui fazer?Gritar...sem um som que a minha voz pudesse dar...

quinta-feira, abril 01, 2010

e já vou nos 41...

41 anos.
Número contrário ao aniversário do meu filho.Achei piada que usamos as mesmas velas.
Como temos usado as nossas vidas entrelaçadas.
Vivemos momentos de alegria e paz, misturados com a melancolia da saudade.
Vou olhando para ele e apercebo-me o quanto é importante gostar de viver.
Ele com 14 e eu com 41, a vivermos o nosso caminho, diferente, paralelos, com paragens e corridas, mas sempre juntos.
Depois olho a Leonor.Ainda bébé, com 10 anos.Ainda pequena num corpo de adolescente.Ainda menininha com ares de grande!
Ainda de colinho, mas independente quando interessa.
Sinto-a como eu.Uma "bipolaridade" de emoções,de sentimentos, de fases, de humores.
E vamos andando.De mãos dadas, entrelaçados uns nos outros, entrelaçados com Luís, o amigo, o marido, o nosso refúgio.
Que bons 41 anos.

domingo, março 21, 2010

domingo, março 07, 2010

Se eu fosse poeta
com letras e palavras
sonhava a vida,
fugia à morte,
ignorava o maldade
via as cores bem marcadas e delineadas
e brincava feliz,
no mundo imaginário
das letras e palavras
do poeta que não sou.
E como não sou poeta,
realizo o meu
sonho na vida
que me leva serenamente
à morte,
vendo, olhando, destruindo a maldade
que me amassa e me absorve
e vejo em cinzento,
um mundo que não quero, que não conheço.
E choro! Choro na alegria da minha diferença
de não brincar com
letras e palavras.
Choro a alegria e a tristeza
do mundo real de olhos abertos,
sem ser poeta,
sendo apenas eu.
Só eu.

domingo, fevereiro 14, 2010

14 de fevereiro...um dia depois do 13!

Ontem o João fez 14 anos.
Mais um ano numa vida ainda tão curta, mas já tão imensa de sentimentos , de valores, de vontades, de tristezas e de alegrias.
Dizer que o João fez 14 anos é também dizer que sou mãe há 14 anos, e que durante este tempo todo fui crescendo, mudando,alterando,virando de pernas para o ar tudo o que me rodeia e tudo que não gosto.Aprendi a ver o que não gosto e assim procuro com facilidade o que gosto...
E vou encontrando, não sendo a multidão cinzenta que resolvi representar num bailado contemporaneo, que me fez entrar num palco ao fim de tantos anos e me fez sentir ali como sempre...com vontade de exteriorizar o que sinto e o que gosto de fazer.Falta -me o teatro...mas chego lá...
Mas o aniversário foi giro e quase completo
Almoçamos num bom restaurante, com a família dos primeiros ramos da nossa árvore e depois estivemos em cavaqueira com a bisa, com a titi, com a Zé...e o João a ser teatreiro...e a fazer-me rir até às lágrimas...que também estavam presas no meu coração pela ausência, pela falta do pai que perdi e que não consigo largar.
Acabou bem o dia. A Leonor adormeceu no sofá e ficamos a ver um bom filme, com a mensagem de não olhar para o lado na desgraça alheia. Gostei!
E hoje começo o dia a ouvir a nova versão do We are the world...é o novo olhar para o mundo...pena que seja só de vez em quando!

We Are The World

Marcou a nossa geração...para ti Carla, para todos os da turma desse ano!

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Os Cinco da Feira...

Se de um lado somos as mulheres que somos...do outro lado, do lado da minha mãe, o universo de netos é bem mais reduzido.
Eu, o meu irmão e as três Rolas.
Rola, apelido do meu tio, que apenas por mim e meus filhos chamado de Papapanha, o pai que vinha de Espanha nos meus tempos de criança, que ficou com o nome e com a missão:de ser também um pouco meu pai...e tem sido.
Pois nós, as netas e neto da avó Ofélia, "Felinha" para os conhecidos, fomos criados juntos, misturados nas idades, em fraldas e biberões, que acabamos por nos misturar e quase sermos irmãs e irmão uns dos outros...
A Maria Miguel, a mais velha, a menina de todos, veio dar alento à família pois foi a primeira.Afilhada dos meus pais, também os baptizou de "Nãs", o "" e a "".Nasceu e foi baptizada quase à nascença a 8 de Dezembro de 1967, dia do casamento dos meus pais.
Sempre se contou como ela era tímida e envergonhada, que quando alguém desconhecido dela aparecia, se escondia...mas o padrinho sempre contou as peripécias da menina dele, com a caixa que estava numa mesa redonda da sala dos meus avós...morota a fotografia que existe do momento em que ela a vai buscar!Depois, conta-se da vontade da minha tia, a Titi, mãe tão desejosa de ter filhos, e só arranjou raparigas, da vontade de ser um pouco cabeleireira que a converteu em loura com um corte a corte que deu quase em pente zero...
Foi sempre boa aluna, mas indecisa...entrou em Coimbra pela porta das ciências e saiu anos mais tarde, realizada, pela porta das letras. Pelo caminho cantou(grande paixão que ainda dura)no Orfeão e encantou um belga, que veio desposá-la anos mais tarde. Deles nasceram dois meios belgas e meios portugueses, que dão continuidade às famílias.Mas os tempos ficaram difíceis e a solução foi o "emigrar" para a Alemanha como em outros tempos, mas agora com melhoria de vida para eles, e melhores perspectivas do que aqui tinham.Falta-lhe a família, os nossos encontros, as conversas entre irmãs, os mimos de todos, mas a tecnologia deixa-nos perto...sem sentir o calor do beijo e abraço desejado em todos os momentos que nos visitam...Mas sei que estão bem.E isso é bem mais importante...mesmo com muitas saudades!

Depois da Miguelita, vim eu..que esgotei o dicionário das minhas vivências...mas não dos meus sentimentos em relação à que veio a seguir...

A Maria Claúdia. Kai, Cakai.Quando nasceu, 13 dias depois de mim, o meu pai apaixonou-se por ela.Dizia que nunca tinha visto bebé tão lindo na vida(obrigado...pela parte que me toca...), que chorou de emoção e ali se estabeleceram laços de uma vida, que nem a morte dele cortou.

A Kai é uma mulher rija.De paixão, sobrevivente, fascinante na vida.Desde cedo se ligou ao companheiro, e casou sem dizer nada...fez o que lhe deu na gana...teve sempre essa coragem.Cresceu tanto como mulher, que nunca a imaginei grande!Acho que ainda a sinto pequenina ao meu lado a ferrar-me a testa...e a chatear-me pelos xixis nocturnos!Depois discutíamos...e tantas histórias mais...que acabaram no tapete!Kai...concebeu dois filhos lindos, apaixonados por ela, como todos nós.Como eu, sempre apaixonada achando-a uma Deusa...De todos é a melhor...sem dúvida.Vive no Minho, que adoptou como berço, onde trabalha na solidariedade, dando a mão a quem precisa, andando com os filhos de um lado para o outro, correndo devagar na vida, sempre com aqueles olhos verdes que lhe mostram a alma a quem a conhece. Eu, tenho saudades dela, das conversas, mas crescemos...Está sempre onde é precisa, no bom e no mau, nos sorrisos e nas lágrimas...e tantas que derramamos...

Kai...as últimas palavras que o "" disse.Imortal.

Entretanto aparece o galo dos netos...o meu irmão...a minha avó conta que o meu avô já não tinha esperança do rapaz, então foi para as termas em alturas da minha mãe o dar à luz.E que luz...nasce o rapaz e o avô vem de corrida para o ver, e soltam-se vivas pelo macho de herdeiro!

Cresceu entre a meninas e levou poucas e boas entre nós...depois cresceu e deixou de nos ligar!!!


Por fim, mas a dar que falar, nasce a bonequita...já em Espanha para segurança da minha tia, na 3ª cesariana. Apesar de registada como portuguesa, os ares da Galiza entraram-lhe bem no corpo. Ainda hoje, se sente meio espanholita.Era a menina...mas dizíamos-lhe que era adoptada...chorava teatralmente...já a veia lhe falava.É teatreira, cantadeira, imaginativa, teimosa, bondosa, boa cozinheira e sonhadora.

Viveu bem os tempos de estudante, na Coimbra que ainda a faz sonhar, depois engraçou-se por um sanjoanense...e lá se ficou com rapazito. Gargalhadas dadas, conquistou-nos a todos, e, vi-o entrar na família bem enamorado da nossa pequenita.

Casal engraçado...Carneiro com Virgem!

Nascem pimpolhos mais tarde, o Manuel e a Luísa, que atiram ao pai, mas também atiram à mãe...mãozinhas iguais às da mãe...Lindos, engraçados, mas com o maior dos defeitos para esta minha prima...nada comilões e nada apreciadores de bons manjares!!!

Vale-lhe o marido que gosta de um pitéu...

Continua na luta, vai trabalhando e mudando conforme a vontade e desejo por um mundo e melhor vida.Vai conseguindo...e não se deixa derrotar.

E assim somos nós...os 5 netos da minha avó e avô da Feira.

De nós já se registam 9 bisnetos e mais uma a chegar para Maio.

Família que cresce, família que dura, família unida!Sempre.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

7 de Janeiro de 2010

Se o amor existe...
tem o teu sabor, sabor de morangos açucarados, vindos dos tempos de antigamente,
tem o teu olhar...meigo, até ao sorriso que te nasce antes de sorrires, triste e longínquo em pensamentos que me enciumam e me deixam longe isolada,
Porque se o amor existe,
é a tua voz doce, que me acalenta a tristeza que tenho dentro de mim, a saudade que não passa do outro amor, que me acalma na rebeldia.
são as palavras sábias, que me ensinam a crescer, a parar para pensar.
Porque existe o amor,
em ti, sendo o companheiro de olhares e de mãos entrelaçadas,
de vivência em família, de pai para eles, os outros amores em mim.
E o amor está lá,
sempre, no dia e na noite, juntos em um...
Existe, sim, o amor existe,
chama-se Luís.
Parabéns por mais um aniversário...obrigado por mais um dia comigo.
Amo-te.

domingo, dezembro 13, 2009

As 7 mulheres...

Hoje acordei a cantar "as 7 mulheres do minho" do Zeca Afonso.Por acaso ainda não me calei, interiormente com a musica...é daqueles dias que vai ser até enjoar...mas fez-me pensar em 7 mulheres da minha família.
A minha avó paterna, Maria e as suas 6 netas.
Penso que da mais velha para a mais nova é assim: Alzira, Carminda, Graça, Manuela, eu e Alexandra.
Meu pai dizia que todas nós tinhamos vidas "diferentes"!!!Sem sorte na vida tradicional que se espera das mulheres...
A Zira, mais velha, viveu uma infância e adolescência sempre com a mãe, irmã do meu pai, e com o pai dela, o meu tio a viver no Algarve a trabalhar. O dia-a-dia era complicado sem o pai e a relação foi sempre de saudade. Lembro-me de no Natal, quando ele não estava cá, que era uma tristeza imensa.Mas as férias eram lá passadas e ela foi atenuando a saudade com o crescimento e chegada à vida adulta. Entretanto, casa com uma um rapaz advogado, onde vive um grande amor que acaba na tragédia da morte dele. O tempo foi passando, e passados alguns anos conhece um pacato brasileiro, Dudu, que é divertido e parece fazê-la sorrir outra vez...
A Carminda, filha do meu tio mais próximo do meu pai, sempre me encantou com a sua voz terna e doce. As lembranças levam-me lá a casa para comer o melhor pão com manteiga...passado a ferro pelo meu tio.Sim, passado a ferro...fantástico, e depois a praia da Madalena, onde íamos a casa dos avós dela e se andava descalço sempre na areia.
Casou com um rapaz que era uma simpatia, educado e promissor.Fui, por brincadeira a levar-lhe o véu na entrada da igreja.E nesse dia foi tirada uma fotografia dos irmãos(meu pai, o dela e os outros rapazes)que hoje tem grande significado para nós, pois a morte levou-os já a quase todos por uma ordem que estava na foto.Ainda está cá o pai dela, o último dos rapazes que é quase a fotocópia do meu pai...
Bem...casou e teve uma pequenita, a Violeta.Engraçado o nome? Não!Todas nós tivemos o estigma do Violeta de nome, por uma Dona Violeta ter ajudado a família em tempos idos. Ficou a homenagem nesta...
Mas os caminhos da vida são tortuosos e nem sempre são os melhores e o casamento acabou.O tempo passou...e hoje, espiritual, numa procura de de paz para si e para os outros, Carminda continua doce e suave, meiga e amorosa, com um novo companheiro, que a ajuda no caminho espiritual que escolheu.
E a Graça?Miúda esperta, de cabeça para os números e contas, inteligente nos estudos.Viveu nas saias da avós.A nossa Maria e a do lado da mãe.O pai dela, também irmão do meu pai, faleceu poucos meses antes do meu pai.Todos naquela casa eram uma delícia!E os domingos lá passados lembram brincadeiras, e comidas de morrer e chorar por mais...e os tremoços com "sumol"?
Pois a Graça, assim viveu, no meio dos velhotas, com os gatos de companhia e não sei como acabou por desistir dos sonhos de continuar os estudos. Não sei porquê, mas as recordações eram que ela podia ser uma boa aluna mas não pode continuar...talvez a vida não ajudasse.Saltou para o mundo do trabalho, com uma inocência embelezada pelo corpo e palminho de cara. E viu-se num esplendor de coisas que nunca tinha tido e nunca tinha visto.Acabou por conhecer a maternidade sozinha e ainda sem idade para a entender...mas hoje vai vivendo tranquila, com algumas mazelas físicas de um grave acidente e sei eu lá, se também com mazelas do percurso de vida que teve!
Logo a seguir vem a Manuela, irmã da Carminda.Mais refilonita, é a cara da minha avó!É "pito rosa"(nome que surge de uma historia engraçada de tempos idos, e de que nem todos gostam de se intitulat...).Nélinha, amorosa de boquinha de mimo, linda, engraçada, também andou por aqui e por ali.Esteve no Algarve, em Lisboa, lutando na vida.Acho que também esteve casada.Mas as trocas e baldrocas do passar do tempo levou-a a ser livre e agora a estar dedicada a massagens personalizadas com os requintes orientais do shiatsu.Continua muito Gomes...Acho que feliz...
E a seguir venho eu, a alucinada eu!Casei, tive filhos(lindos...),descasei...vivi sonhos fora do lugar, estraviei-me na alma, e acabei esbarrada num "olho verde", que me mostrou que a vida não acabou e que era especial, e conheci o sofrimento profundo de perder o meu pai.Vi e senti a morte, e continuo a recuperar. Sou feliz, mesmo nas contrariedades dos dias que vão passando, sentindo que me falta alguém para partilhar.
E a pequenita da Xana!A mais nova e a sempre mais misteriosa para mim.Escorpião de signo, sempre senti, desde miúda, que não conseguia chegar-lhe ao coração.Se calhar chegava, mas à maneira dela. Desejei ser mais próxima, mas os feitios eram opostos e enquanto eu falava e falava, Xaninha ouvia tranquilamente, deixando tudo para dentro. O pai, meu tio de sangue, deixou-nos cedo de mais. Fez-lhe falta, fez-nos falta.Ainda hoje choro a ida dele como choro a do meu pai.Era um homem extraordinário, acutilante, persistente, lutador, inteligente, brilhante na maneira de sorrir e de nos fazer maroteiras.Foi o anjo da guarda do meu pai e terei sempre uma grande dívida de gratidão pela amor e ajuda que sempre nos prestou.Foi este pai que a Xana perdeu, que a fez perder o sorriso matreiro que sempre me cativou por ser misterioso...
Acabamos por nos afastar, porque a vida dá voltas, e nós, no nosso egoísmo e monotonia deixamos acontecer...Mas acho que está bem.Sei que conheceu o amor algures, mas não sei se foi o tal...se é que existe esse "tal! Tornou-se graciosa no olhar e nas palavras, e acho-a muito bonita.
E são assim as 6 mulheres da minha avó Maria. Diferentes entre nós e diferentes na vida que fomos percorrendo. Em tempos concordei com o me pai, todas tivemos percalços na vida, e não seguimos rumos tradicionais que todos esperam, mas hoje penso bem diferente. Sinto-me orgulhosa de nós.
Somos mulheres fortes, humanas, solidárias, ricas nas convicções, desenrascadas e emotivas.
E sim...netas da avó Maria, que também deve sentir orgulho das meninas dela.
Nós, as 7 mulheres de Gaia e Porto...
Faltam os rapazes...para outro dia, faltam os bisnetos...
Gostava de nos juntarmos num dia de sol e de sorrisos e não nos dias tristes que temos vivido.
Gostava de me sentir num abraço Gomes...

quinta-feira, novembro 12, 2009

Esperança...

Olá...Novidades?Só no hiper mais perto de si...
Por acaso!
Lá se casou. e lá se fizeram as festas necessárias, com os desejos de tudo de bom e felicidades pelo meio...enfim...seca!
Nada mudou...ainda bem.Exactamente...nada mudou, tudo na mesma, como eu sonhei!O carinho e o amor estão...o abraço quente...o beijo saboroso...e o dormir agarrado...tudo na mesma...
Afinal o papelito não muda nada!
Mas também não muda em outros sentidos...continuo a ter um ex, a ser divorciada...agora casada em 2ªs núpcias!Sociedade filha d...
Mas andando...
Finalmente fui operada ao "cisto na Glândula de Bartholyn"
Ok...alguém sabe que glândula é esta e onde está?Parabéns...
Foi tudo retirado...e eu a pensar que ficava mais leve!
E fiquei...leve com as dores...com os calafrios...com leveza mental...e, como ainda estou em recuperação, sinto-me leve para bater em alguém que me obrigue a fazer mais do que:sentar, deitar, deitar, sentar...quase pareço o menino Jesus, ora deitado ora estendido!!!
Depois da experiência, aconselho vivamente a ...nunca vos deixem tocar na glândula de Bartholyn. É nossa e de mais ninguém e fica muito bem no sítio em que está!
Se me livro desta nem acredito...
Depois, para ajudar, a vizinha de cima deixou uma torneira aberta e...a minha casa está linda!
Acampei na minha mãe, o que por um lado foi bom...fizemos e demos vida à casa, relembramos os momentos, e parece que a qualquer momento o meu pai vai aparecer...
E vem aí mais um bebé...mana ou mano da Beatriz.A minha Beatriz, de olho azul e loura aos caracóis...e sempre a conversar...e sempre a petiscar.E se for mana vai chamar-se TIA...diz ela.
Afinal há novidades e não são no hiper...o resto fica para outro dia.

quarta-feira, setembro 23, 2009

E continuamos a viver.
Não tenho tido vontade de escrever, nem de nada fazer, mas...
Novidades?
Fiquei na escola mais perto de casa que existe...e o olho verde na outra...
Eu na dos pobres e desgraçados, ele na dos betinhos!!!
Finalmente 4 anos de sossego de andar de carro e de viagens alucinantes.
Ainda nem me habituei!
E, como coisas boas aparecem aos pares...resolvemos assinar o papelito para nos confirmar perante a sociedade civil o nosso desejo de partilha e de amor que nos une!
Mas a ausência continua a ser notada todos os dias.Cada dia mais e mais...estranho porque todos dizem que o tempo ajuda...
Não se esquece e sente-se cada momento mais forte só pela não presença.
Mas vamos resistindo e percebendo que a vida é tão maravilhosa como madrasta, e temos de lutar para não nos conformar...só assim conseguimos continuar a caminhar e a pensar no futuro melhor.
Sinto-me serena. Na vida de trabalho sem grandes ambições, na vida familiar, quero tudo, quero a felicidade de todos, quero o sorriso de todos, quero o sucesso de todos...
Estes é que valem para mim, para eu continuar a acordar todos os dias...

sexta-feira, agosto 07, 2009

Lullabye (Goodnight My Angel) - King's Singers

Prenda do meu filho para eu ouvir...ele abe bem o que me vai cá dentro!